quinta-feira, 23 de abril de 2009

 

O Hortifrutigranjeiro

Nem sempre laranjas choram de alegria por dor própria. Uma linda noite acordou-me da sinestesia em que me achava, incandescente sobre a névoa de alpiste que em mim jazia. Sobressaltado por um moribundo mórbido que visava fatiar suas laranjas em meio ao mel na bacia com acerolas. Logo pensei:

“Devo ou não devo praticar tal ato de sodomia mental?”, tratei de comer tudo antes que chegasse.

Eis que surge do completo nada, uma fumaça de bom aroma. É um gênio que concede desejos a quem conseguir boliná-lo. Pense, deseje!

- Ardentemente persevero em sentir táctilmente vossa entranha oprobrienta! Condescede-me que se não o apraz tal labor libidinoso convenha então que se sujeite a sujeitar-se ao sujeito que lhe suje.

 No ato, surge nas costas da orelha um ovo. O ovo do mal. Da fecação. Da holística perseverança do bílis tipo KGB. No mesmo momento perguntei: “o ópio é bom ou o Bom é um ópio?”

Cansado de viver o menino pulou da cama, suado de sangue e tremor. Havia sonhado que era uma borboleta linda e esbelta, que porém num átimo milesimal de segundo, se viu como uma piscina frondosa em lodo selvagem, onde se navegava um anfitrião pantanoso e eqüino.

Tratei de procurar ajuda médica aguda. Isso não era normal. Dondongo vem Aline, a menina banguela que adiantava o lado dos rapazotes da vila. Me pediu uns trocados e comida. Logo condicionei:

- Tenha bons modos e ética profissional, sua menina articulada e floridal. A morte é eminente, a vida é uma vidente. Quem morrer por ultimo é sorridente.

Ela, desinibida, fez seu serviço calada e complacente, porém em meio ao turbilhão de acontecimentos lembrou-se, ali mesmo, que nem existia. Seria ele então um esclerosado cibernético?

Então logo percebi que poderia inventar qualquer ser e pô-lo a fazer qualquer afazer...Lembrei-me do Sarney, da Erundina...

Pois se do barro vens, do barro fará esculturas de fogo frio. Desgraça acabada é pó de ilusão. Foge e existe, sempre sem entender o necessário. Nunca mais... Nunca mais...Nunca mais...Nunca mais...Nunca mais...

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