segunda-feira, 27 de abril de 2009

 

A máquina de salgar churros

No noticiário matinal ouvi a chamada escandalosa:

- Veja agora as vagas do cine: prostitutas, com 3 anos de experiência, salário a combinar.

Pensei se realmente deveria ligar, uma vez que eu era homem.

Todo esse deleite me proporcionou prazeres incontroláveis. O que seria de mim sem meus dons culinários? Responda-me já!

Periquito de nove asas. Bebi do meu sangue. Entreguei-me a dança a noite inteira.

No frenético bailar sentiu fome e se lembrou da samambaia chorona. Salpicou-a com temperos deliciosos: Açafrão, ananás, bergamota, arnica.

Acordou de ressaca. Resolveu ligar. Será que compensa? Já tô no mundo, paciência.

_ Alô, é do cine.... Eu.... Eu..., é que eu quero a vaga. Falei descorrompido!

_ Ahhhhh, nobre meretriz, sabia que ligaria.

Meu deu o telefone do lugar, fui. Antes não tivesse ido, pois a cena que vi me arrepiou de medo.

Ao chegar nesse templo de prazer e sedução, vi e ouvi sabores sintéticos e elásticos. Um menino travesti de 9 anos perguntou:

_ Tens experiência profissional, tchê?

_ Bahh, sou virgem nasalado. Mas se quiser posso me virar de cabeça para baixo e assobiar.

_ Sabes a 9ª de Fafá de Belém? Eles vão te valorizar.

_ Se sei. Aprendi com uma flauta de eucalipto.

_ Yuppi. Você então é minha nova parceira de corredor.

_ Mas eu sou do sexo Masculino. Posso ter vertigens.

Logo veio o primeiro cliente.

_ Frente e verso? Perguntou.

_ Na verdade só nasal e auricular.

_ Essa é a nova onda, não é? Digo, não conheço muito bem disso, sabe? Sou novo....

_ Se é cabaço, posso lhe vender um toca fitas, tem uma do Zezé...

Logo veio o Leão de chácara tira-lo do recinto, não havia lugar ali para noruegueses.

Quando badalaram as 12 badaladas, algo de incrível não aconteceu; seu vestidinho de couro lilás transformou-se em uma pêra.

Ele saiu correndo de medo. Havia ganhado 30 centavos de lucro. Que pena. Comprou um picado e fez uma apostinha no bicho. Queria jogar em troglodita piranha. Deu na cabeça. Faturou mais R$ 1,35. Pensou em voltar no muquifo e seduzir a menina traveco.

Chegou oferecendo um drink.

_ Aceitas?

_ Claro.

_ Te conheço?

_ Me conheces.

_ Aqui ou ali?

_ Onde prefere?

_ Prefiro não ir.

Voltou para casa e morreu de hipotermia dentro da geladeira, todos, na verdade, sabiam que ele sempre apresentava esse destino.

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

 

O dedão sem unha

Viu o amiguinho saltitante e alegre; carregava a carteira na sala e: Sentou uma outra carteira certeira no dedo com a unha encravada e pestilenta do coleguinha.

-                Puta que pariu Lorival! Macacos me mordam!

Logo foi advertido pela precavida foice educacional, castrando-o de seus ininterruptos trejeitos materialistas.

-                Desculpem-me amiguinhos, disse afinal.

Ele sabia que o mundo era redondo como uma girafa, mas não era rei dos pedreiros.

O dedinho começara a doer muito. Uma enfermeira estava a caminho. Antes, no entanto, ela parou para entrevistar um sarraceno xiita e imundo que lhe dizia absurdos da destruição do mundo.

-                Fétido! É isso que você é!

E foi embora então visitar o tal enfermo. Lá, ele com o dedo já lilás viscoso e remelento, ao ver aquela beldade, suspirou, colocou o dedinho na boca e fez carinha de safadão.

-                Aê gostosa, venha ver o meu dedão sem unha.(Já havia realmente caído)

Logo uma escopeta encostava em seu coquinho. Ele não sabia que a universidade comungava de tal sistema de defesa.

-                Repete e morre! Disse o Prof. De Técnicas Sexuais.

-                Repito com deleite. Não tenho medo de você mestre de bolores. Chamarei meu amigo Doctor Einstein e seu robô Daileon. Cheire meu cocô.

O gatilho da escopeta fez zunir um tiro surdo. Madalena, sua namoradinha de sala, urrou empertigada e suína.

Não tinha acontecido nada. A bala era de hortelã, o que deu um refresco imediato para o seu sorriso. Até o seu dedinho passou de lilás carbono para alaranjado amarelo fosco. Madalena deu-lhe um beijo com gosto de pasta de paçoca de berinjela. Ele recriminou-a, pois era alérgico e sifilítico.

-                Meu Deus, e agora? Liguem para o hospital, interveio o próprio dono da instituição que veio ver o que acontecia. Trazia consigo um tapete vermelho, um gim, um dois, e trinta e três guardas desarmados e desalmados que lutavam karatê. Logo gritariam; Aduguem!

Levou um susto, podia acertar alguém, então tomou a devida providencia.

-                Galeraaa....eu tava brincando.... o meu dedo nem doeu...(minha mentira era aparente).

O dedo do menino estava prestes a cair. O choro e o desespero não mais tocava os corações dos deuses famintos por churrasco......Corra dedinho, salve-se!!!

O dedinho sapeca que só, ao ouvir isso, preferiu não ser ninguém e nunca ter existido. O pulo naquele abismo irresistível. De pára-quedas lembrou que não estava, o que fez esburrachar por completo no chão. Era o fim de uma vida de glória.

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O camaleão Da esperança

Na minha mente ele mente sem saber por quê. Morte a todos os leprosos saudáveis. São sortudos e pequenos por natureza. Na clandestinidade obscura, obtusa e obliqua sentiu o fragor do rútilo sangue que lhe jorrava do embrião morto que lhe escorria das entranhas. Um feto! Mas tão decadente.

Seria saboroso? Nunca viu nem’huma gôndola marcadoril um frasco de conserva de feto. Estava claro que se tratava de uma iguaria. Logo estaria isenta de todo o algoz social e trans-saxonico, o divã de chateau –durvaliér .

É destruindo o nosso universo e pegando batatas que conseguiremos construir um passado melhor, com vinhos, mulheres e vestidos de avelãs. Depois de todo desfrute, tomou um iogurte. Arrotou na cara da vovó, que lhe reprimiu uma palmadinha marota. Vovozinha era muié quenga, porém pegou lepra e tinha pequeninos dedinhos. Conquanto que a palmadinha era suave como uma bolacha de mortadela.

- Vovó, aceita?

- Só uma mãozinha, minha querida!

Todos comeram e beberam o néctar. Onde jazia Nicolau Antunes, fizeram um banquete de ossos ao som de uma antiga canção de Frank Zappa. Nossa esperança era, na verdade, um colapso epiléptico simultâneo, o que logo veio a ocorrer. Eis que surge, na calada da noite, um gênio do copo de requeijão. Ele questiona com a sensualidade típica de elfos metrossexuais:

- Qual é o teu desejo, jovem ancião?

- Que tal um copo de requeijão?

- Mas, acabara de comer um. Pede outra coisa.

- Então... Uma tigela de requeijão!

- AH. Seu maldito. A partir de agora, nunca mais chegará jornal na tua casa e nem tomarás mais sorvete de rocambole de almeirão!

Partiu sem delongas, deixando seu anfitrião deprimido. Logo percebemos que tudo era uma grande ilusão. A menina se admirava com o tamanho da cobra e sua desenvoltura.

- Mamãe, Mamãe, eu posso ter uma?

- Logo terás quantas quiseres, filha.

Dois ou três camelos garroteiros pediram requeijão, meus ouvidos tremeram de dor, era praga do gênio.

- CAMALEÃO! CAMALEÃO! CAMALEÃO! Gritei

E um arco-iris e um tornado de esperança e destruição surgiram na tela de um pintor. Tudo não passara de um lindo sonho de uma manhã de inverno. Os cobradores bateram em sua porta. Pulou, xingou, tentou se excitar. Suicídio era seu lugar, oh Yes!

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

 

Jorge Horgomino, com carinho, à 01/01/01

16:32 hrs, Edifício Maleta, Belo Horizonte. Jorge mordia um sanduíche e relia um jornal vagabundo que comprara de manhã, quando lhe batem na porta. Eram dois homens.
Filho. Deves-me tua vida. E o preço é a morte!
Você não sabe o que diz. Na porrada eu não tenho limites.
Foram embora convencidos de que nada mais podiam fazer. No entanto o maldito deixou cair uma medalha com a cara do Papa, o tal do Ratz...sei lá o que. Parecia valer muito dinheiro.
Ele, que de bobo nada tinha, foi à padaria e comprou um delicioso pão com ovo. As janelas da catedral despediam-se com pressa. Nunca mais passou fome naquela hora, pois na próxima hora outra, encomendou mais um X-ovo com casca, com o qual vislumbrou o pôr-do-sol. Acendeu um careta, tragou e fez careta, apagou o careta que tinha gosto de ratazana.
“Estão misturando tudo hoje em dia.”, disse.
Lembrou que uma mulher havia lhe ligado mais cedo, deviam se encontrar.
Resolveu então escovar os dentes pela primeira vez na semana para causar uma boa impressão no tal encontro, afinal era um campeão.
Uma linda e bonita garota apareceu. Uma sombria Valquíria que nadava em lama cor de mel bronzeado. Uma carta grande, um cartão. Dedé, Didi, Mussum e Zacarias. Amém!

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O Hortifrutigranjeiro

Nem sempre laranjas choram de alegria por dor própria. Uma linda noite acordou-me da sinestesia em que me achava, incandescente sobre a névoa de alpiste que em mim jazia. Sobressaltado por um moribundo mórbido que visava fatiar suas laranjas em meio ao mel na bacia com acerolas. Logo pensei:

“Devo ou não devo praticar tal ato de sodomia mental?”, tratei de comer tudo antes que chegasse.

Eis que surge do completo nada, uma fumaça de bom aroma. É um gênio que concede desejos a quem conseguir boliná-lo. Pense, deseje!

- Ardentemente persevero em sentir táctilmente vossa entranha oprobrienta! Condescede-me que se não o apraz tal labor libidinoso convenha então que se sujeite a sujeitar-se ao sujeito que lhe suje.

 No ato, surge nas costas da orelha um ovo. O ovo do mal. Da fecação. Da holística perseverança do bílis tipo KGB. No mesmo momento perguntei: “o ópio é bom ou o Bom é um ópio?”

Cansado de viver o menino pulou da cama, suado de sangue e tremor. Havia sonhado que era uma borboleta linda e esbelta, que porém num átimo milesimal de segundo, se viu como uma piscina frondosa em lodo selvagem, onde se navegava um anfitrião pantanoso e eqüino.

Tratei de procurar ajuda médica aguda. Isso não era normal. Dondongo vem Aline, a menina banguela que adiantava o lado dos rapazotes da vila. Me pediu uns trocados e comida. Logo condicionei:

- Tenha bons modos e ética profissional, sua menina articulada e floridal. A morte é eminente, a vida é uma vidente. Quem morrer por ultimo é sorridente.

Ela, desinibida, fez seu serviço calada e complacente, porém em meio ao turbilhão de acontecimentos lembrou-se, ali mesmo, que nem existia. Seria ele então um esclerosado cibernético?

Então logo percebi que poderia inventar qualquer ser e pô-lo a fazer qualquer afazer...Lembrei-me do Sarney, da Erundina...

Pois se do barro vens, do barro fará esculturas de fogo frio. Desgraça acabada é pó de ilusão. Foge e existe, sempre sem entender o necessário. Nunca mais... Nunca mais...Nunca mais...Nunca mais...Nunca mais...

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domingo, 19 de abril de 2009

 

El Chupa-Cabra

"Nunca houve verdade, somente uma outra terra para morar-mos. Espurgando frios sentimentos levianos. Paz na terra dos anões."
assim dizia Jeová André na abertura do seu casamento, espantando 45 pessoas da catedral de Brasília em 1978. Anastácia, sua cumcumbina, se deleitou umidamente nas íntimas. O pároco interveio de súbito e ignorante:
- Que hilária esta situação! Surreal e supimpa! Que Odin compre mais escravos!
O sino bateu, a criança havia nascido na cerimônia. Pelada e sem dentes. Começaram então a amarrá-la.
ESPANTO!
Uma segunda boca em sua nuca aparecia! E mais, e mais e mais! Que horror!
Após fugir e pronunciar o impronunciavel, resolveu calar. Peidou e cagou...Pediu fraldas.

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